E assim se fez esta terra

Li com muito agrado o livro da Cecília Matos, com o seu contributo para a descoberta desta aldeia que me adotou e que eu adotei. Neste livro, encontramos alguma história, muitas hipóteses e tentativas de adivinhar o que terá acontecido.
Todos os historiadores têm alma de detetives. Olham para si e para o que os rodeia e sentem que somos quem somos e que o lugar onde vivemos tem as características que tem, porque há um passado que compõe a nossa identidade. Somos as ruas em que brincámos, somos as personagens da nossa terra, somos as histórias que nos contaram e as visões com que observamos cada coisa e cada peça de passado.
Curiosamente, logo nas primeiras páginas, é dada autorização aos que não são montanhões para também lerem o livro. Os “novos moradores”, como somos chamados, encontram aqui uma terra de gente boa, com muitos primos e com uma serra que é de todos. Seremos sempre de fora de cá, mas nunca quereremos ir para outro lugar.
E assim se fez esta terra: um livro feito de factos, em que os planos local, nacional e internacional se cruzam para se contextualizar o desenvolvimento da aldeia. Um livro de hipóteses que se levantam para quando não há certezas: um livro de intuições de quem ouviu dizer ou se apaixonou pelo que viu.
Os historiadores locais descobrem o que outros ainda não sabíamos e não deixam de ser contadores de contos construídos pelas suas memórias e pelas memórias dos seus antepassados. A Cecília Matos é, definitivamente, uma historiadora local, garantindo a continuidade da vida do Dr. António Matos Fortuna.

João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação

Sobre o livro E assim se fez esta terra… Histórias de Quinta do Anjo, Palmela, Cabanas e arredores começo por referir a sua beleza como objeto que apetece abrir e folhear. E, quando o fazemos, não nos sentimos defraudados!
A autora, Cecília Matos, classifica-se como historiadora amadora. É uma boa definição, já que «amadora» pode ser definido como aquela que ama e este livro, percebe-se, foi construído com o tempo longo e a dedicação duradoura que prestamos ao que nos apaixona.
Esta obra surge na senda de uma tradição de historiadores/as e curiosos/as empenhados/as na preservação das memórias coletivas e História local, através da recolha de fontes, depoimentos e iconografia alimentada pela imersão no território e pertença à comunidade. No entanto, aqui vai-se mais além, ao colocar a História e as estórias deste território em paralelo com a história nacional. Ao trazer a lume uma investigação focada na longa duração histórica aplicada às realidades locais e regionais faz, também, a articulação dos acontecimentos e vivências de Quinta do Anjo, Palmela, Cabanas e arredores com processos, ocorrências e personalidades que marcaram a Pré-história e a História nacional.
Perspetivando a História local como referente para a apropriação do passado dos territórios e das suas gentes e como ferramenta essencial para a projeção futura das comunidades, aguardamos curiosos e expectantes a continuação - as peças deste puzzle local no período contemporâneo. Como as dimensões políticas, sociais e culturais que marcaram o século XX português se refletiram nas vivências e nas gentes destas terras? Quais as dinâmicas, que pessoas e atividades entram em cena?

Ana Alcântara, Historiadora, docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e investigadora do Instituto de História Contemporânea (NOVA FCSH)
Palmela, 24 de fevereiro de 2021

Neste livrinho, a Cecília, Cila, como é conhecida na Quinta do Anjo, fala sobre a sua terra num tom praticamente coloquial, sem preocupações eruditas ,como se estivesse a conversar com gente idosa; ora, a gente idosa gosta de conversar sobre o passado, de tudo o que ao passado diz respeito: origens da terra, de topónimos (nomes de lugares), de tradições e suas origens, das gentes, hábitos, costumes… … … e, indo atrás de perguntas que lhe vão surgindo, começa por ir à procura do que disseram antigos e historiadores e arqueólogos em livros e documentos que vão dormindo em estantes de bibliotecas e arquivos ou, já modernamente em sites da NET; e por fim sobe aos sótãos onde há muitos papéis cheios de pó e memórias, a cabeça de velhotes, e também a uma coisa tão preciosa para nos falar do passado, fotografias antigas, algumas muito antigas. Assim nasceu um livrinho precioso.
António Correia, professor e antigo pároco de Quinta do Anjo

É uma certeza de que este livro é o primeiro de uma coleção. Não poderia ser de outra forma já que resulta de uma personalidade curiosa, inquieta e resiliente, que não se deixa bastar por informação não suficiente e que procura, por isso, ir sempre mais além. 
Neste documento, os arredores de Quinta do Anjo são tão vastos quanto um país, com o propósito explicito de situar a aldeia na história de Portugal. Mas encontramos também gente da terra, como a ti Gertrudes Santinha, o que demonstra a importância da simbiose entre a História e o olhar que vem de dentro, na procura das suas próprias raízes.
Esta é uma história que deve ser lida, deixando-nos em suspenso sobre as outras que se lhe seguirão.

Teresa Sampaio, Chefe de Divisão das Bibliotecas e Património Cultura da Câmara Municipal de Palmela

Foi aceite o desafio, concretizado o projeto.
É um enorme prazer ler, conhecer e pensar a nossa terra a partir deste livro, estou grato à Cecilia pela oportunidade de ter acompanhado o projeto, mas mais gratificante é a oportunidade deste se dar a conhecer a tod@s que com ele vão contactar, este livro é a manifestação de uma atitude positiva de alguém que ama a sua terra e as suas histórias.
Que mais se caminho se faça, outras histórias se apresentem.

António Mestre, presidente Junta de Freguesia de Quinta do Anjo